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Por que é que 1960 é o ano da África

Em 1960 surgem novos Estados  em África. O continente liberta-se da ocupação colonial num longo processo conhecido na época por "Sol das independências". Processo concluído duas décadas mais tarde com a transformação da Rodésia em Zimbabwe e o fim do 'apartheid' na África do Sul.

O início dos anos 60 marca o princípio de uma nova era em África. Surgem novos Estados independentes, novas elites políticas chegam ao poder, começam a desenhar-se diferentes equilíbrios regionais à medida que as potências coloniais deixam o continente. E 1960 é uma data-chave neste processo com 17 novos Estados a nascerem em África, 14 dos quais ex-colónias francesas.

Um processo em que se afirmam figuras como o costa-marfinense Félix Houphouët-Boigny - deputado no Parlamento francês -, o senegalês Léopold Sédar Senghor - o primeiro africano a integrar a Academia Francesa - ou ainda o guineense Ahmed Sekou Touré, adepto do modelo marxista.

As declarações destas personalidades traduzem outras tantas formas de relacionamento com o ex-poder colonial, numa tensão que se vai reflectir nas opções dos futuros Estados. Uma tensão e encontro de referências presente também noutro dos pais das independências africanas, o ganês Kwame Nkrumah. Líder que não descura citar Aristóteles ao mesmo tempo que propugna pela africanidade e namora o modelo soviético. Na prática irão reproduzir o modelo político dos países coloniais ou do seu oposto ideológico, o comunismo. Modelos que se irão degradando; os golpes de Estado tornam-se uma característica comum a partir da segunda metade dos anos 60, assim como se multiplicam guerras civis e o aumento da despesa militar.

O período do "Sol das independências" depressa perdeu o seu brilho. As promessas dos dirigentes que defendiam a liberdade para o continente depressa se tornaram no seu contrário e muitas das promessas de desenvolvimento ficaram por concretizar, enquanto os líderes políticos insistiam na africanização do Estado, um Estado que, na maioria dos novos países, não dispõe de recursos para manter uma moderna Administração Pública. E quando estes existem serão delapidados pelas novas oligarquias ou esbanjados em longos conflitos internos ou regionais.

Muitos dos novos dirigentes não dispõem de bases de apoio nas respectivas sociedades e vão ter de as forjar a partir do nada. O que irá favorecer certos fenómenos autocráticos e, num momento posterior, o regresso de estratégias de tribalização da política na África pós-colonial.

Afirmam os historiadores do continente que a aliança das novas elites com as populações não será duradoura nem eficaz em muitos dos novos Estados.

A fragilidade dos novos Estados impede quaisquer veleidades autonómicas e a recusa da secessão. Para assegurar a subsistência deste e a sobrevivência do grupo dirigente, a repressão vai surgir como a melhor solução possível. Uma estratégia que só entrará em crise com o fim da Guerra Fria.

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