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tudo sobre a segunda guerra mundial(ate a guerra fria)

Parte II 
A Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)  
Introdução  
Caro estudante, o que acabamos de estudar é a economia colonial nos finais do século XIX e início do século XX. Chamamos atenção, porém, para o facto de que as formas de colonização não foram sempre as mesmas, elas alteraram-se com o tempo, adaptando-se a novas realidades históricas de Portugal e do mundo. Foi o caso da 1ª Guerra Mundial que teve um grande impacto sobre o colonialismo em África. Pela importância deste acontecimento internacional vamos dedicar uma parte do nosso instrumento ao estudo das causas da Primeira Guerra Mundial e dos seus efeitos sobre a África.   
Objectivos:  
⇒ Descrever as principais contradições imperialistas que conduziram à eclosão da I Guerra Mundial ⇒ Definir as causas da I Guerra Mundial ⇒ Distinguir as fases da I Guerra Mundial ⇒ Avaliar os efeitos da Guerra para a África e para o mundo imperialista ⇒ Definir as consequências da I Guerra Mundial nos níveis demográfico, social, económico e político ⇒ Definir o significado da I Guerra Mundial  
Causas da I Guerra Mundial  
a) A agudização das contradições Imperialistas  
Esta foi a principal causa da guerra.  
Essas contradições agudizaram-se porque: - Os países capitalistas desenvolveram-se de uma forma desigual, quer dizer, além do grupo de países que já se tinham industrializado apareceram outros países que também se industrializaram e que, consequentemente, precisariam de colónias e, por isso, reclamavam uma nova divisão do mundo.  
Eram  seguintes as áreas de conflito e as respectivas potências em conflito:  
Grã-Bretanha – Alemanha  
A Alemanha desenvolveu-se muito depois da Grã-Bretanha, mas de forma muito rápida, fazendo acabar a hegemonia inglesa na economia mundial. Porém, ela não tinha colónias, tinha que procurá-las, para isso, ela se tornou muito agressiva e, como já vimos, empreendeu uma corrida 
 
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aos armamentos (expressa pela corrida navalista) – os ingleses consideraram isso  uma ameaça à sua secular hegemonia nessa área. França - Alemanha   
A Alemanha havia anexado territórios franceses em 1871 – Alsácia e Lorena que França reivindicava, havia também a questão do Marrocos – a Alemanha opunha-se à penetração francesa naquela região de África, houve incidentes entre as duas potências:  
− 1905 – Tânger − 1908 – Casablanca − 1911 - Agadir   
Áustria – Rússia  
Após a sua derrota no Oriente em 1905, na guerra com o Japão a Rússia tinha interesses nos Balcãs. Apoiando a Sérvia, os russos apoiavam agitações nacionalistas anti – austríacas.  
Rússia – Alemanha  
Choque entre as rotas expansionistas do imperialismo russo e alemão na linha Berlim – Bagdad.  
Áustria – Sérvia  
A Sérvia fomentava agitações nacionalistas nos Balcãs afectando o Império Áustro – Húngaro, provocando atritos com este. Este foi o último foco que provocou o início da IGM em 1914.   
Intensificação dos nacionalismos    
Este aspecto caracterizava a Europa daquela altura a nível ideológico, isso surgia por causa das ambições imperialistas, são exemplos desses nacionalismos os seguintes:   
O PAN – GERMANISMO – surgido na Alemanha que defendia a superioridade da raça alemã.  
O REVANCHISMO – surgido na França cuja ideia era a desforra contra a Alemanha por causa da derrota, perdas e humilhação de 1870/71 resultantes da guerra Franco – Prussiana.   
O PAN – ESLAVISMO - Surgido na Rússia, cuja através da qual a ela se auto – intitulava protectora dos povos eslavos.   
Foi do resultado das rivalidades entre as potências europeias pela partilha do mundo que, em 1914, começou a Primeira Guerra Mundial.  
 
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A primeira guerra mundial, embora tenha sido essencialmente europeia, acabou afectando o nosso continente, já que, como sabe, a África já estava sob domínio europeu, por isso, vamos analisar os efeitos dela em África. Como dissemos, a guerra relacionava-se com a concorrência das potências europeias pelo controlo de territórios. A Alemanha, por exemplo, que se industrializou tardiamente, considerava- se prejudicada na parte que lhe cabia nas zonas de influência e de colónias e exigia uma redistribuição destas. Os seus interesses chocavam com os interesses das velhas potências, como a Inglaterra e a França e punham em causa os domínios doutras, como Portugal e Bélgica, em África, e a Rússia, na Ásia. Esta situação provocou tensão entre os países europeus, tensão que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.  
A Primeira Guerra Mundial iniciou-se na Europa, mas, pouco tempo depois, atingiu a África  onde os países beligerantes disputavam colónias.  
A vinculação da África aos interesses imperialistas das potências europeias determinou o seu envolvimento na Primeira Guerra Mundial, facto que possibilitou um despertar da consciência histórica dos africanos. A primeira Guerra Mundial redesenhou o mapa da África, através da partilha definitiva do continente pelas potências vencedoras da guerra.  
Com certeza você quer compreender mais da Primeira Guerra Mundial. Pois, leia primeiro este texto.  
“ A acumulação de riquezas na Europa fora tão rápida e impressionante, que parecia garantir a prosperidade crescente de todas as classes da sociedade e afastar as possibilidades de conflito social violento. Mas, no dia 28 de Julho de 1914, começou a Primeira Guerra Mundial.”( História Geral. António Pedro e F. Cáceres).  
Este texto relaciona-se com as causas da Primeira Guerra Mundial. O que é que diz o texto? No texto podemos ver que a Europa tinha um grande desenvolvimento económico. Este desenvolvimento, caro amigo, relaciona-se com os frutos da Revolução Industrial. Muito bem, a prosperidade da Europa dos finais do século XIX permitiu a ascensão de novas potências industriais, como foi o caso de Alemanha, agravando a concorrência das potências pelo controlo de mercados e territórios.  
Neste período, pode-se constatar que a Alemanha possuía colónias apenas em África e que mesmo estas, ocupavam um espaço relativamente limitado. Enquanto que a França e Inglaterra possuíam vastos impérios em quase todo o mundo. Você  pode explicar este facto? Pode sim, porque agora sabe que a Alemanha atingiu a industrialização mais tarde que a Grã-Bretanha e a França e só iniciou a sua corrida colonial nos finais do século XIX. Quando deflagrou a guerra, em 1914, pensava-se que os  combates teriam uma curta duração e que não ultrapassariam os limites geográficos da Europa. No entanto, as novas técnicas de combate, o imperialismo das potências industrializadas e os movimentos de carácter nacionalista farão com que a guerra se prolongue por cerca de quatro anos e se mundialize.  
 
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As Frentes de Combate   
A Primeira Guerra Mundial travou-se em terra, mar e ar. Mas foi sobretudo em terra e na Europa que se situaram os principais combates. Estes desenvolveram-se em três grandes frentes:  
⇒ Na frente ocidental ( do mar do Norte à fronteira Suiça) ⇒ Na frente leste (do mar Báltico ao mar Negro) ⇒ Na frente balcânica (do mar Adriático à Turquia).  
Ao longo da sua duração, a guerra desenvolveu-se segundo diferentes etapas, de acordo com os avanços ou imobilização das forças em combate, assim sendo, a guerra conheceu três fases distintas: 
Fase de movimentos (1914)  
A Alemanha, cumprindo o plano de guerra relâmpago, invadiu a Bélgica e penetrou na França, ameaçando tomar Paris. A intervenção da Rússia pela Polónia alterou os planos alemães, que tiveram de dispersar as forças que combatiam contra a França.  
Várias outras potências começam a aderir à guerra em cumprimento de acordos anteriormente firmados, ou em defesa dos seus interesses. A Inglaterra e Itália, por exemplo, intervêm em favor do Entente, enquanto a Turquia e a Bulgária, entram para as potências centrais, abrindo assim a frente balcânica.  
O alastramento da guerra pelas colónias dos beligerantes e pelos mares mundiais; o envolvimento do Japão que ataca as possessões coloniais europeias no extremo Oriente, tornam  o conflito mundial. 
Fase de trincheiras (1915 – 1917)  
Nesta fase, a guerra foi essencialmente de posições. Derrotados na batalha do Marne em Setembro de 1914, os alemães Setembro de 1914, os alemães não se retiraram dos territórios que haviam conquistado. Para isso cavaram trincheiras e resistiram à contra – ofensiva dos franceses. Estes, não conseguido expulsar o inimigo, cavaram também uma longa linha de trincheiras, dando assim o início à guerra de posições, que se travou até 1917. 
Fase de retorno à guerra de movimentos (1917 – 1918)  
Em 1917 alguns factos novos começam a mudar o rumo dos acontecimentos:  
• Os constantes ataques dos submarinos alemães à marinha mercante americana obrigam os Estados Unidos a entrar na Guerra, o que significa uma enorme vantagem para os aliados: um milhão de combatentes transportados para a Europa e um grande apoio económico-financeiro; • A Revolução Russa, que enfraqueceu a frente oriental, acabando os soviéticos por assinar um tratado de paz com os alemães que significou uma autêntica capitulação.   
 
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• A Alemanha e os seus aliados vêem-se em maiores dificuldades devido ao bloqueio económico que os priva de víveres e de matérias-primas, o que provoca descontentamento e protestos das populações; • A crescente mundialização da guerra, fruto dos interesses  imperialistas e da adesão de novos países aos dois blocos antagónicos, modifica o anterior equilíbrio de forças. 
 O envolvimento dos africanos na I Guerra Mundial  
Foi do resultado das rivalidades entre as potências europeias pela partilha do mundo que, em 1914, começou a Primeira Guerra Mundial.  
A Primeira Guerra Mundial, embora tenha sido essencialmente europeia, acabou afectando o nosso continente, já que, como sabe, a África já estava sob domínio europeu, por isso, vamos analisar os efeitos dela em África.  
Como dissemos, a guerra relacionava-se com a concorrência das potências europeias pelo controlo de territórios. A Alemanha, por exemplo, que se industrializou tardiamente, considerava- se prejudicada na parte que lhe cabia nas zonas de influência e de colónias e exigia uma redistribuição destas. Os seus interesses chocavam com os interesses das velhas potências, como a Inglaterra e a França e punham em causa os domínios doutras, como Portugal e Bélgica, em África. Esta situação provocou tensão entre os países europeus, tensão que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.  
A Primeira Guerra Mundial iniciou-se na Europa, mas, pouco tempo depois, atingiu a África onde os países beligerantes disputavam colónias.  
A Alemanha nos finais do século XIX atingiu um desenvolvimento industrial muito alto que ameaçava os interesses hegemónicos das velhas potências, em particular, da Inglaterra. Foi só nessa altura que a Alemanha iniciou a sua corrida colonial, numa altura em que as outras potências tinham praticamente dividido o mundo entre si. Ela vai exigir a redistribuição do mundo. Queria, por exemplo, constituir um vasto império em África, unindo as colónias de Camarões, do leste e sudoeste africano, anexando belgas e francesas do Congo e as colónias portuguesas de Angola e Moçambique.  A vinculação da África aos interesses imperialistas das potências europeias determinou o seu envolvimento na Primeira Guerra Mundial, facto que possibilitou um despertar da consciência histórica dos africanos. A Primeira Guerra Mundial redesenhou o mapa da África, através da partilha definitiva do continente pelas potências vencedoras da guerra.  
Nós também, em Moçambique, fomos afectados por esta guerra. A história regista que os alemães, que controlavam Tanganyka (actual Tanzania), atravessaram o rio Rovuma penetrando o actual Território de Moçambique e provocando conflitos militares com o exército português. Aliás este facto pressionou o governo colonial a intensificar a ocupação colonial no norte de Moçambique. Interessa-nos agora analisar os efeitos desta guerra sobre África. Michael Growder escreveu que “(...)  no total mais de 2,5 milhões de africanos, cifra que corresponde a bem mais de 1% da população do continente, participaram de uma forma ou de outra do esforço de guerra.” 
 
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Com efeito, todas as regiões de África sentiram directa ou indirectamente os efeitos da guerra. Os africanos não só eram recrutados para combater em África, mas em muitos casos também para auxiliarem os exércitos europeus fora da África. Assim, soldados africanos e europeus, combateram lado a lado como camaradas. Soldados negros e brancos descobriram que eram iguais e que todos tinham sentimentos. Para B.A. Ogot,  “o soldado africano não tardou a descobrir os pontos fortes e a fraqueza do europeu, até então considerado pela maioria dos africanos como um indivíduo superior. De facto, sargentos africanos foram encarregados de ensinar a voluntários europeus técnicas de guerra moderna. Tornava-se evidente que os europeus não sabiam de tudo. De volta à sua terra, soldados e carregadores difundiram essa nova imagem do homem branco; isso explica, em grande parte, a confiança e a segurança revelados (...)”  
Você facilmente pode concluir que a participação dos africanos na Primeira Guerra Mundial teve como uma das consequências o despertar da sua consciência como povos colonizados, o que se reflectiu em reivindicações pelos seus direitos. Você poderia perguntar:  como a guerra leva ao despertar da consciência africana?  A resposta seria fácil:  Na sua participação nos combates, lado a lado, com os europeus, o homem africano conclui que o africano e o branco têm os mesmos poderes como homens; têm os mesmos sentimentos face à dominação. Ora, isto inspira nos africanos confiança e segurança, pois eles ganham uma nova ideia sobre o homem branco.  
Mas, como todas as guerras, a Primeira Guerra Mundial teve consequências económicas pesadas sobre o nosso continente: Michael Crowder escreveria mais tarde:  “A declaração de guerra prejudicou consideravelmente a vida económica da África. De modo geral, provocou a queda dos preços dos produtos básicos e a elevação dos preços dos artigos importados, dada a redução da oferta (...)”.  Os produtos básicos, constituídos pelas matérias-primas e produtos agrícolas baixaram de preço, devido ao excesso de produtos em oferta no mercado. Estes produtos, como o amigo cursista sabe, são os que a África exporta. Com a queda dos seus preços, prejudicaram o produtor africano. Enquanto os nossos produtos baixavam, os produtos industrializados, importados de fora do continente, subiram de preço. Está clara a situação desvantajosa dos africanos: vender mais barato e comprar mais caro!  
A nível político, uma das consequências da Primeira Guerra Mundial a assinalar é a alteração do mapa da África. Ah!  Isto é interessante, não amigo cursista?  Mas é verdade. É que no fim da guerra a Alemanha tinha sido derrotada e as suas pretensões foram goradas8 . Como vimos no mapa, atrás, a Alemanha possuía algumas colónias em África, como a Tanganyka, Namíbia e partes dos Camarões, Togo, Ruanda e Burundi. No fim da guerra os países vencedores decidiram dividir entre si as antigas colónias alemãs. Assim a Alemanha, derrotada, saiu do grupo das potências coloniais, sendo substituída pela França e pelo Reino Unido, em Camarões e Togo; pela União Sul-Africana (África do Sul), no sudoeste africano (Namíbia) e pela Bélgica e Reino Unido na antiga África oriental alemã (Tanganyka, Ruanda e Burundi). A África ficou dividida, no fim da Primeira Guerra Mundial, no que consideramos divisão definitiva da África pelas potências coloniais.     
                                                 8  Goradas:  frustradas. 
 
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A PAZ DE WILSON  
No início de 1918, falando ao congresso dos Estados Unidos, o presidente Woodn Wilson lançou a ideia de uma “ paz sem vencedores”, baseada num programa de 14 pontos, dos quais os mais importantes eram: a guerra terminaria sem vencedores; princípio de autodeterminação dos povos; fundação da liga das Nações com poderes para arbitrar os conflitos internacionais.  
Nos vários países, inclusive na Alemanha, o plano do presidente norte americano que continha dentro de si muita esperança foi bem recebido. A crise provocada pelas sucessivas derrotas alemãs na guerra, provocava uma intensa repulsa popular e como consequência, multiplicaram-se as greves e os movimentos pelo fim da guerra, liderados principalmente pelos partidos socialistas. Em Novembro de 1918, como corolário desse descontentamento, o Kaiser Guilherme II e o Império foram derrubados e foi proclamada a República, e o novo governo pediu a paz aos aliados na esperança de ver cumpridos os 14 pontos de Wilson, porém, as grandes potências imperialistas europeias desejosas de colher dividendos da guerra ora terminada, não aceitaram a  sua aplicação, tendo delineado de paris o mecanismo de rendição alemã  assinada em Versa lhes dias depois.  
A Conferência de  paz                         
Terminada a Primeira Guerra Mundial, os governantes das nações vencedoras reúnem-se em paris em Janeiro de 1919 para elaborar tratados que garantissem uma paz justa e duradoura. Os países vencidos não são convidados a tomar parte na conferência  de Paris, senão depois de os acordos de paz estarem redigidos.  
Os debates basearam-se numa proposta do presidente americano Wilson, “os quatorze pontos” (programa de paz que tinha servido aos beligerantes para concluir o armistício da grande guerra). Esse texto defendia dois grandes princípios de orientação para as negociações:  
• A criação de um organismo internacional capaz de proteger a independência e a integridade de cada país ( o que vai dar origem à fundação da Sociedade das Nações); • O direito dos povos à autodeterminação9  
Estes princípios chocavam, no entanto, a realidade do pós-guerra:  
• Os Aliados, e em particular a França, reclamavam uma garantia de aliança em caso de agressão alemã; • A multiplicidade de povos na Europa Central e Oriental tornava difícil definir o espaço de cada nacionalidade.  
Desta forma, a conferência de paz decorreu num ambiente de intensas e longas discussões. As principais decisões foram tomadas pelo “ conselho dos quatro” – Estados Unidos, Inglaterra, 
                                                 9 Autodeterminação – princípio que defende o direito de qualquer povo a escolher livremente o destino político. 
 
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França e Itália -, representados respectivamente por Wilson, Lioyd George, Clemenceau e Orlando.  
O primeiro e principal tratado – o de Versalhes – é assinado, sem prévia discussão, pela delegação alemão a 28 de Junho de 1919. os alemães aceitam-no como um tratado imposto pela força, em virtude de não terem participado nas negociações.  
Quais as disposições de acordo de paz com a Alemanha?  
Lê o texto   
“Art.º  45º - Em compensação da destruição das minas de carvão no Norte da França , a Alemanha cede à França a propriedade inteira e absoluta das minas de carvão situadas na bacia de Sarre. (...) Art.º 49º - A Alemanha renuncia ao governo do território do Sarre. Ao fim dum prazo de 15 anos, a população do dito território será chamada a fazer conhecer a soberania sob que desejará ver-se colocada. (...) Art.º 80º - A Alemanha reconhece e respeitará estritamente a independência da Áustria. (...) Art.º 87º - Alemanha reconhece a completa independência da Polónia. (...) Art.º 102º - A cidade de Dantznig  é declarada livre e colocada sobre protecção da Sociedade das Nações. (...) Art.º 119º - A Alemanha renuncia a favor das principais potências aliadas e associadas (Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Japão), a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar. (...)Art.º 160º - o exército alemão não deverá compreender mais de 7 divisões de infantaria e 3 de cavalaria. (...) Art.º 434º - A Alemanha obriga-se a reconhecer o pleno valor dos tratados de paz que serão concluídos com as potências que combateram ao lado da Alemanha e a reconhecer os novos Estados com as fronteiras que lhes forem fixadas.”  O tratado de Versalhes (adaptado) in O. Voliliard e outros, “ Documentos de História – 1851 – 1971”  
Como verificas, o tratado de Versalhes visava três grandes objectivos:  
• Reduzir a força militar alemã, • Regulamentar as  questões territoriais (restituição da Alsácia – Lorena à França, entrega à Polónia dos territórios prussinaos junto ao Báltico e renúncia a todas as colónias), • Definir os aspectos financeiros da paz (pagamento de elevadas indemnizações aos aliados).  
Ao tratado de Versalhes seguem-se os acordos de paz com as restantes nações vencidas: o de Sain Germain com a Áustria (Setembro de 1919) e o de Trianon coma Hungria (Junho de 1920) – que desmembram o império austro – húngaro -, o de Neuilly com a Bulgária (Novembro de 1919) e e o Sévres com a Turquia (Agosto de 1920) que põe fim ao império Otomano.  
A conferência de Paris termina (após a assinatura dos tratados) sem agradar aos vencedores nem aos vencidos. Estes consideram que os acordos lhes tinham sido impostos e não negociados, enquanto os vencedores duvidam da sua eficácia. Nessa altura, um diplomata francês afirma: “Eis a paz  assinada. Dá-me a impressão de ser um depósito de explosivos que há-de rebentar, mais tarde ou mais cedo, em todas as partes do mundo.” Alguns anos depois, as suas previsões vão confirmar-se totalmente.   
 
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A criação da Sociedade das Nações  
Ainda antes da assinatura dos tratados de paz, os aliados concluem o pacto da sociedade das Nações (Abril de 1919). O texto da criação deste organismo internacional foi incorporado como preâmbulo do tratado de Versalhes.  
Com que finalidade é fundada a Sociedade das Nações (S.D.N.)?   
Lê o seguinte texto:  
“As Altas partes Contratantes, considerando que, para desenvolver a cooperação entre as nações e para garantir-lhes a paz e a segurança, importa: aceitar certas obrigações de não recorrer à guerra; manter abertas e francas relações internacionais fundadas na              justiça  e na honra (...), respeitar escrupulosamente todas as obrigações dos tratados (...); adoptam o presente pacto que institui a Sociedade das Nações.  (...) Art.º 8º - Os membros da Sociedade reconhecem que a manutenção da paz exige a redução dos armamentos nacionais, (...) Art.º 10º - Os membros da Sociedade obrigam-se a respeitar a manter contra toda a agressão exterior a integridade territorial e a independência política presente de todos os membros da Sociedade. (...) Artº 22º - As colónias e territórios que, em consequência da guerra, deixaram de estar sob a soberania dos estados que os governavam precedentemente, (...) passam para a tutela das nações mais adiantadas, na qualidade de mandatários da sociedade. (...) Art.º 23º - Os membros da Sociedade adoptarão as disposições necessárias para assegurar a liberdade das comunicações e de trânsito (...) esforçar-se-ão por tomar providências de carácter internacional para prevenir e combater as doenças (...).”   
O Pacto da Sociedade das Nações (adaptado) in “Fins e Organização da Sociedade das Nações”      
Como verificas, a S.D.N. propunha se garantir:  
• A manutenção da paz e a independência política dos estados, • A redução dos armamentos, • A promoção das minorias nacionais e das populações indígenas. • A cooperação social, cultural e financeira entre as nações.  
Durante os vinte anos da sua duração (1919/1939), a S.D.N. viu-se muitas vezes impotente para impor as suas decisões. Apesar de constituída pela maioria dos países vencedores da Grande Guerra e, mais tarde, pela Alemanha e pela U.R.S.S., o seu poder e âmbito de actuação foram limitados por:  
• Divergências entre a França e a Inglaterra quanto ao cumprimento integral do tratado de Versalhes pela Alemanha (por questões económicas e de segurança, a França assumia uma posição intransigente); • Ausência dos Estados Unidos, em virtude de o Senado americano discordar da dureza do tratado de Versalhes e, em particular, da participação do país nesse organismo internacional ( só em 1921, conclui uma paz separada com a Alemanha).  
 
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Desta forma, a aplicação e o controlo dos tratados de paz pela S.D.N. tornou-se bastante difícil. Ao longo da década de 1930, a sua acção no campo político revelava-se cada vez mais ineficaz – a questão do desarmamento e a resolução de conflitos internacionais ficam sempre em suspenso. Apenas as iniciativas no domínio social e técnico obtêm resultados positivos.   
Assim, o grande objectivo da S.D.N. – garantir a paz entre as nações – não se chega a cumprir. Os golpes de força vulgarizam-se até que em 1939 eclode um novo conflito mundial. 
As consequências da Primeira Guerra Mundial  
A Europa, que foi o palco dos confrontos da guerra, ficou profundamente devastada em quase todos os aspectos da sua vida. A crise que se instalou depois desta guerra tornou os anos subsequentes, muito penosos, de tal modo que, em todos os domínios da vida, se fizeram sentir os seus efeitos.  
A nível demográfico, numerosos mortos e feridos, entre civis e militares eram a maior evidência da guerra. No quadro que se segue são apresentados alguns dados das percas militares de alguns países beligerantes desta guerra.   
Perdas Militares ( em milhares) Aliados Potências Centrais Inglaterra          744 Alemanha                2000 Itália                 750 Áustria – Hungria    1543  França             1400  Rússia              1700  Outros países      670 Outros                          200  
A nível social, as condições de vida foram agravadas pela grande crise económica provocada pela inflação. As moedas de quase todos os países europeus perderam o seu peso, o que se reflectiu no agravamento das condições de vida da classe operária. Esta situação levou à emergência de partidos socialistas com tendência de defender os interesses da classe operária, tal acontecera na Rússia, onde o partido bolchivique tinha dado, em 1917, o poder aos operários.  
No fim da guerra, o mapa político europeu foi completamente alterado. Os tratados de paz, firmados pelos vencedores provocaram o desenvolvimento dos impérios centrais que deram lugar a novos países independentes ou então, a perca de parte dos seus antigos territórios a favor dos vencedores.  
O império alemão perdeu a região de Alsácia – Lorena e a região da Prússia Oriental. O império Austro – Húngaro deu lugar à Checoslováquia, Áustria. Hungria, Jugoslávia e à Roménia. O império Otomano deu lugar, na Europa, ao surgimento da Turquia e de outros países no Médio Oriente. O império russo, após a revolução socialista de Outubro, deu lugar ao surgimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). 
 
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A nível económico, as despesas militares provocadas pela guerra foram enormes, fábricas, indústrias complexos agro-pecuários inteiros foram destruídos, o que levou a Europa, a perder parte considerável dos seus mercados , que foram rapidamente tomados pelos EUA.  
Depois desta guerra, os EUA, que eram uma potência sem grande expressão mundial, passaram de devedores a credores das potências europeias. No quadro abaixo são apresentadas as despesas militares decorrentes da I Guerra Mundial.   
DESPESAS DA GUERRA (em milhões de dólares) Aliados Potências centrais  Inglaterra        42 Alemanha                48 França             33 Áustria – Hungria    25  Outros países   45 Outros países              3  
O significado da I Guerra Mundial   
Conforme vimos nos temas anteriores ligados ao Imperialismo, o mundo capitalista estava no seu apogeu. Esse apogeu trazia consigo vários problemas ligados às contradições fundamentais do Capitalismo – o proletariado vivendo numa grande miséria sustentava a abundância da burguesia numa altura em que se verificava a crise da super – produção, a constante busca de mercados enfim, haviam vários problemas sociais e económicos. Quer dizer que o mundo capitalista entra numa profunda crise e a IGM representou um marco importante do início dessa crise.  
Até se atingir a fase imperialista a Europa estava à frente no desenvolvimento capitalista, mas a sua hegemonia vai terminar com a realização da IGM, uma vez que ela foi o palco principal da guerra e, os principais países envolvidos eram também da Europa, o que implicou de sua parte grandes investimentos..  
Na verdade, é a Europa quem mais sofria pela pressão  operária devido ao agravamento dos problemas sociais e económicos.   
Caro estudante, chegamos ao fim da Primeira secção e antes de realizarmos a nossa primeira avaliação, iremos fazer mais alguns exercícios fixação.   
1. Assinale a alternativa correcta, em relação às causas da Primeira Guerra Mundial.  
a)   
O envolvimento de África na Primeira Guerra Mundial foi determinado pela vinculação dela aos interesses imperialistas das potências europeias. 
b)   
A acumulação de riquezas na Europa foi tão rápida e impressionante que parecia garantir a prosperidade crescente de todas as classes da sociedade. 
c)   
Foi do resultado das rivalidades entre as potências europeias pela partilha do mundo que, em 1914, começou a Primeira Guerra Mundial. 
d)   
A Alemanha, por exemplo, que se industrializou tardiamente, considerava- se prejudicada na parte que lhe cabia nas zonas de influência. 
 

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